


eu fui até você quando o vento mandou
eu queria mais de você e menos de mim
não ser meu é tudo o que de mim restou
e o meu desejo é qu'em você eu não tenha fim.
no mar mais brando, a vaga ergue a voz e canta
espuma dá beijos que desaguam n'areia de nós.
penso que para mim a madrugada é a hora santa
sei que você quer também a praia e o silêncio da voz.
e na terceira palavra de cada verso
exceto aqui, cujo foco é o verso de fim
defino a mensagem, cifrando o nosso universo
quero-a novamente, como 'inda não a pude ter assim.
"Sr. V: - Eu sei fazer pão de cebola! Sabe como eu faço?
Sr. J: - Hmm... com pão e cebola?
Sr. J/P: huauhauhAhuahuahuAUHHUaUAuhHUAHuHUAHuHUAhuHUAhuHUA³
Sr. V: - ¬¬. Vô esperar vcs acabarem de rir.
Sr. J: - Se não é com isso, vai ter que mudar de nome!"
"Sr. J: - Aqui... é 'monotomia' ou 'monotonia'?
Sr. P: - Monotonia, cara; o outro não existe...
Sr. V: - Monotonia? Motonomia? Na moto não mia; ih alá, o gato na moto não mia HAHAHA
Sr. J: - ...
Sr. P: - ..."
Sr. P: "- Eu não perguntei o que era ruminar!"
e longe vai a barca...
p.s.: este trechinho é apenas uma pequenuta homenagem a três amigos que, no fundo, podem ser eu, você, outros...^^
Que eu vejo o meu eu desaparecer:
Entendo a arte mais antiga do mundo
Milênios de copos, de cachaças, de beber.
Ergo a voz em plena taberna e berro
‘’amigos, nem tudo que reluz é ouro,
Como é certo que a gente n’é de ferro,
E que nem tudo que tem chifre é touro!”
Pedra dura e água mole tanto batem
Que é visão boa só pra quem gosta,
Bem como os cães que não mordem e só latem;
Em rio de piranhas, jacaré nada de costa!
A bebida age, tem as rédeas e vou ao banheiro
Nas paredes do antro eu vejo placas e escritos
Sobre o espelho, há escrito um verso inteiro
Paro p’ra ler e saio dali rindo aos gritos.
Dizia a inscrição mui bem bolada
Sob um aviso ‘’Favor deffecar na latrina’’
Em relação à letra ‘f’ duplicada
E eu bem ri como quem ri de sua sina
Eis o aviso:
“Quero saber o mequetrefe
que escreveu tal maravilha
Pois quem caga com dois éfes,
limpa o #$ com CE cedilha’’
E eu bem ri e a todos fui contando
Desesperado, como se o pai da forca fosse tirar
Todo o bar ria conforme eu ia gritando
‘’é hoje, amigos, que a cobra vai fumar!”
Então eu, dando ‘bom dia’ com chapéu alheio
Resolvi que meus amigos precisavam beber
Não tinha dinheiro sob minha posse, não havia meio.
Não tendo cão, com o gato deve-se proceder!Castigue os pés e depois liberte-os: terás a felicidade barata!
Machado o disse pela voz de Brás Cubas; eu o digo pela voz de um comecinho de tarde de domingo, em que se sai para comprar cigarros, porque o seu irmão colocou um dinheirim na sua conta.
Nada de melhor há que isto. Voltar todo o trajeto qual antigo trem que, certo do caminho que traçará, só faz lançar espaças e esporádicas porções de fumaça ao ar.
Ê vida que segue, e sigo eu os segundos dela, ou ela me segue numa dança em que trocamos, vez ou outra, as funções de cada par.
Subo minha rua, vejo casais, vejo pessoas, vejo-me, então, em cada um que também me vê.
E neste instante, neste mundo que dura dois segundos, há a eternidade no piscar dos olhos; sou o cigarro no meu bolso, sou a fumaça no pulmão, sou o casal na calçada outra, sou a tarde que começa e o dia que termina. Sou tudo e todos em mim, e neles também eu sei que sou. Posso ser o frio ou o calor, a mentira ou a verdade, amar na mesma medida que odeio, sorrir no mesmo tom em que choro, canto o pranto.
Posso ser o que quiser, e, principalmente, o que não quiser. Mas antes de tudo isto, eu mesmo me abraço, ergo ao mundo a voz pra bradar, não me importa se ouvirão, porque o que quero, é o que já tenho; antes e depois de tudo, eu sou. Eu sou...
Eis que o acaso reservou belo presente
Num encontro tão fortuito quanto o do vento
Que nos toma sem que ao menos nossa mente
Saiba dizer em quantos mundos se divide um momento
Como quem sorri enquanto dorme ela surgiu
Numa esquina a mais do trajeto a encontrei
Numa curva do rio em que nado, ela, sutil
Cativou-me qual o Príncipe Pequeno que vira Rei.
Levou-me a algo ond’eu não era esperado
E lá fiquei, pois com ela estava o mundo.
Esmolando seus risos, o poeta ‘convidado’
Soava notas com sua flauta e seu querer profundo.
E é seu corpo desenhado que quero percorrer
Cada traço dela quero em mim, como um escrito
O céu laranja da madrugada diz que não posso ter
O que hoje vi e pareço querer em mim, admito!
‘’Farra’’, eis teu nome em sílabas invertido
E as lembranças daquela noite eu quero em mim.
Mas ainda mais, quero o que não foi dividido
O beijo de ambos, o gosto do riso, o dar-se sem fim.
Da verdade que ele escondia sob o olhar;
Pensar em outro que a via como eu vejo, eu queria
Que ele não tivesse é coragem de sonhar.
Por que ele quer o que não pôde cultivar?
Por que deseja o sonho que eu realizei?
Sonhe, maldito, com as ondas vermelhas de meu mar.
São seus os punhos e armas que guardei.
Só eu sei o que se passa quando eu vejo
Que ele guarda p’ra ela aqueles olhares
A agonia, a raiva, de saber que é desejo
São piores que respirar o pior dos ares.
Rasga-me à uma, mata-me por dentro,
Mas não me deixe à porta do medo.
Eu sou o que marca, do início ao fim, o centro
Com a corda ao pescoço, eu busco a morte mais cedo.
E a mente não trabalha como espero
os olhos, já não mais, limpos do ciúme
eu não olho, não ouço, finjo que quero,
fujo da dor de vê-lo te ver, como quem sobe um cume.
Como posso pensar quando o outro tem intenções
Que não são metade da bondade que aparentam?!
Vejo o abraço que ele dá, as mãos, dois vilões
E aí já sei que os sonhos dele só aumentam
Ele quer roubar o que eu escrevi p’ra mim
Ele quer o nome dele nas cartas que ela me envia
Continue assim, amigo, e escreverei o seu fim:
Ao menos nos versos eu posso te dar agonia.
E na oitava estrofe quero pensar que você some
Das palavras dela, daquilo que ouço, de nosso céu
Quero dizer que pouco me importa ouvir de teu nome
Não ligo pra rima, quiçá em dizer que teu nome é