sexta-feira, 12 de agosto de 2011

_espontâneo

E o que fazer se a tua vontade é morte
mas tudo o que a essência quer é vida?
O que intentar se o externo parece forte
se aparenta não valer a pena a ida?!
Mas eu bem sei que o caminho é de sangue
entendo bem que mui estreita é a porta
E se nego o que me ofereces, não se zangue
É que a moldura, do lado daí, parece torta.

Experimente olhar do meu lado do espelho
encare a morte donde a vida se inicia.
eis a estaca no chão, o firme artelho
eternidade é o que a estaca propicia.
não, não caia onde outros já tombaram
seja o sangue deles triste aviso:
''Aqui odiamos onde tantos outros amaram
aqui o nosso sangue untou o piso..."

e no fim da caminhada há uma nação
lá o ouro pinta o piso e cobre as ruas...
etnia sem tribo, rosto ou nomeação
noites de risos e de nuncas vistas luas.
lá o fim nunca experimenta início
lá o sedento bebe d'água que não finda;
braços erguidos ao Eterno é o ofício
deste povo que cantava e canta ainda.

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