terça-feira, 15 de novembro de 2011

_telefonemA

choro. De saúde e de saudade
choro do tempo em que o tempo era neném
o tempo dele, do pai do irmão, da liberdade
tempo em que eu não precisava temer ninguém

choro pelo tempo que não ousa mais voltar
a meta, a metade, a moral, o abraço de pai.
o pai sem terno, o pai eterno, o aposentar
após sentar, ler a estória que o sono atrai.
a voz da criança travestida de senhor
voz que gritava o meu nome só pra me ver
voz que agora é calada no meu calor
que de novo tanto, como manto, queria ter.
a voz de paz, a voz de pais, a voz de avós
voz das idades num só corpo encarceradas
voz carregando o poder de oitenta e um nós
voz de ''tá tarde, volta pra casa'', voz de mãos dadas.

Um comentário:

  1. Isso;coisa mais linda, toda essa ecmenésia recente;toda saudade latente que irão ainda fazer todas lágrimas rolar, escorrer devagarinho fazer voltas na nossa anatomia e depois mansamente ao cair há de regar uma flor, simbólica flor

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