eu nunca mais te quero perto.
penso que é já chegada a hora
de escolher qual dos dois é o mais certo.
leve consigo os vícios e delícias
fiquem aqui as virtudes do maior
quero longe as palavras de malícia
quero a morte de meu duplo pior
find' hoje o peso de um mundo não mais meu
pois o teu beijo e o teu riso resgataram
aquele leve, livre e lúdico outro eu
sinto agora que as vozes d'antes se calaram.
era um júri o que havia em minha rota
tantas vozes e mãos a apontar
satisfeitas com cada encenada derrota
nunca dispostas, contudo, a ajudar.
hoje os caminhos que eu trilho são de ti
vêm de mim, mas antes por você passaram,
o que rimo, o que escrevo, o qu'insiste em sair:
são os mundos nossos que finalmente chegaram.
eu só agradeço e peço que não pare
sigo a saga e segrego-me em segredo;
olhe essa foto, veja este espelho, amor, encare
é o futuro que nos convida a não ter medo.
abre a via de nosso conto, abrevia
sobrevoa e sobrevive ao que vier.
quem é você, quem sou eu em cada dia:
sou a criança que insiste em comer de colher.
e nessa troca de idas, de idades
eu me perco, porque há muito já cedi.
agora sou teu e de nossas muitas cidades.
e a propósito, meu amor: - perdi!
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