à minha frente há dois caminhos a seguir:
um, eu aceito o sorriso dos fervorosos
dois, eu tomo a senda que me faz sorrir.
Vivi meus anos querendo o riso dos que me viam
colhi dos atos qu' eram meus o bom dizer.
Mas como vivo se, em mim, os que sorriam
querem de mim o eu que eu bem sei não querer ser?
A vida quero, não a morte das vontades
viver espero pela sombra do meu escolher.
Quero que fujam de mim os reis de idades
em cuja coroa não posso ser quem quero colher.
Que posso eu fazer p'ra que te agrades?
se o eu de antes a mim mesmo nunca agradou...
Vejo hoje preso o meu querer em suas grades
no fim de tudo, na liberdade, qu'escolha restou?
E o amor, que era p'ra ser dono de abraços
traduz-se agora num mar de estranhas proibições.
No vasto campo que imaginei só vejo laços,
quando suas palavras mostram qu'eu te trouxe decepções.
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