Para o dente-de-leão,
que me mostra quão livres podem ser os elementos,
com um simples bater de asas
e nada de novo há de nascer
em solo onde o mesmo é semeado;
o que ora vive, já é sabido qu'irá morrer
o que virá, durante um piscar, será passado.
Nasce a flor e é viva em suas cores,
dona de si e de beleza que não finda;
mas dura a rosa como duram os amores,
hoje mesmo cai a rosa, hoje ainda.
Espere, pequenina, a dor já passa.
Ontem mesmo não te sangrava o coração.
Terás amor, por qual não cobro e, de graça
seremos ambos livres num limbo sem danação.
Dê-me tua mão, pequena, ande comigo.
Siga o caminho, véu que minha voz teceu;
sou teu poeta, teu pastor; meu canto de amigo
não é mais d'outros: quero que seja p'ra sempre seu.
E acaba a lira ante os olhos do céu e do mar.
Encerra-se, o poeta, sob olhar do vento e da terra.
Que trema tudo, que rua o mundo quando ele falar,
rezam as ninfas que, quando o fim cala, o início berra!
Amei! Sempre achei que esta ervinha danada semeava poesias a serem escritas...
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