sexta-feira, 3 de junho de 2011

_farra

Eis que o acaso reservou belo presente

Num encontro tão fortuito quanto o do vento

Que nos toma sem que ao menos nossa mente

Saiba dizer em quantos mundos se divide um momento

Como quem sorri enquanto dorme ela surgiu

Numa esquina a mais do trajeto a encontrei

Numa curva do rio em que nado, ela, sutil

Cativou-me qual o Príncipe Pequeno que vira Rei.


Levou-me a algo ond’eu não era esperado

E lá fiquei, pois com ela estava o mundo.

Esmolando seus risos, o poeta ‘convidado’

Soava notas com sua flauta e seu querer profundo.


E é seu corpo desenhado que quero percorrer

Cada traço dela quero em mim, como um escrito

O céu laranja da madrugada diz que não posso ter

O que hoje vi e pareço querer em mim, admito!

‘’Farra’’, eis teu nome em sílabas invertido

E as lembranças daquela noite eu quero em mim.

Mas ainda mais, quero o que não foi dividido

O beijo de ambos, o gosto do riso, o dar-se sem fim.

3 comentários:

  1. A beleza e o mistério do poeta que tanto invejo: em versos curtos, um mundo de sensações!

    Até, meu Amigo...

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  2. Caríssimo, agradeço em demasia pelo comentário! Esmolo tanto um comentário diário que seja rsrs abraço mais que grande!

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