sábado, 3 de julho de 2010

_bordados

foi como se pela vez primeira a visse,
e o riso qu'amo, como antes, iluminou
trazendo luz ao qu'era meu, e ela disse
''ontem à noite, meu coração, contigo, ficou.''

e com medo de quebrar o sacro encanto
minha resposta foi o silêncio que diria
muito mais que palavras bordadas num manto
muito mais que todo o sol presente num dia.
e já que o poeta é tão grande quanto sua dor
imagine a grandeza deste que aqui se derrama
quando ela disse ''não posso ser toda deste amor,
não posso, pois há ainda um que me ama.''

mas o choro não foi maior que o riso
nem a dor foi capaz de vencer o momento
quando os amantes entenderam que era preciso
olhos no hoje, beijos no agora. O depois é tormento.
mas há problemas em sonhar, um só apenas
é que fechar os olhos nunca pode ser eterno
então os sonhos vão embora, vão em dezenas
e toda a sombra que é do céu se veste d'inferno.

veio a mensagem, fria como a despedida
virtual, como o é, sempre, o não...
''Nunca fui tua, assim termina nossa ilíada;
e digo, nua, que hoje quero o de antes da paixão.''

4 comentários:

  1. Profundo e complexo... como você sempre é. Adorei os dois últimos versos. (:

    Beijos!

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  2. aaaah tão lindo pedrinho *-*
    Voce não sabe como suas palavras cativam
    Amo você
    e seus poemas, claro.
    ;*'ssss

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  3. Sinto-me tocada, por ele...poema...;D

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