quarta-feira, 14 de julho de 2010

_rito duma lágrima

Há uma lágrima que, contida
Faz seu trajeto em meu rosto, gotejante;
Vejo um sentimento antigo e sem vida
Que ressuscita-se a si, do pó, errante.
Há a confusa certeza da derrota
E a troca dos papéis uma vez mais…
…há catedrais que desmoronam à minha volta
Além de sinos que se ouvem… não se ouvem mais.

É confuso, volta, retorna e se vai,
Mas, na verdade, nunca saiu de seu posto.
Então como pode ter essa força que me atrai?
Maldito sentimento, que, confuso, é meu desgosto.

Então eu desço àquela escadaria,
Que é palco de todo o meu desejo…
…desfruto das gotas dessa espúria agonia
e mostro-me vencido diante do que vejo.
Mas logo que ela vem, traz,
Sob seus belos risos, salvação.
Traz também beleza, força, calmaria e paz…
Conduz-me ao encanto de um perdoado coração.

E o perdão, emoção tão esquecida,
Torna-se, com ela, sentimento primo…
…quando, puro, a amo e me perco em minha vida.
E a escalo, sem medo, pronto a alcançar-lhe o cimo

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