sexta-feira, 23 de julho de 2010

_conforto

Eu sinto suas mãos me envolverem
E volto a pensar que estou vivo...
Percebo passos, não mais meus, tremerem,
Quando ouço os sussurros que não digo.

Eu procuro o verso qu’ é perfeito
Erguendo gritos ao vento intermitente,
Não sinto mais o abraço e me deleito
Com sua voz, qu’ inda existe, insistente.
Só há lembranças de um tempo que vivi,
Parcos desenhos e sombreados nus...
Borrões se erguem reclamando o que eu vi
Num céu de poucas nuvens, escassos azuis.

Ela e eu – vivo corpo num delírio;
Diz a memória que me testemunha a dor.
Ela e eu, não existimos mais: martírio.
...ainda te amo, e isso prova todo o ardor...

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