quarta-feira, 21 de abril de 2010

_o anjo em preto e branco

Agora quero falar de meu anjo
Darei voz ao coração e serei franco
Descreverei em detalhes o lindo arranjo:
O anjo que amei em preto e branco.

Eu me lembro de quando ela surgiu:
Era o mundo triste e eu poeta manco.
Mas o medo se foi quando ela sorriu;
O anjo que amei em preto e branco.
E pelo anjo, que vi e deixei ir
Há, ainda, certo amor que banco;
Anjo-mulher, que não quero ver sumir.
O anjo que amei em preto e branco.

E neste anjo eu encontrei o meu conforto,
Pois o amor de antes, obsoleto,
Preenche o coração outrora morto,
Culpa do anjo que amei em branco e preto.

Quero voltar ao dia de sua aparição,
Quando eu sorri, agradecido, ao céu.
Vi-a linda, como sempre, e sua canção
Eram os passos que ela ofertava ao léu.
E eu julgava que era um anjo que eu via,
Quando em verdade minha admiração demasiada
Era da mulher, menina dos olhos da poesia
Mulher, menina, anjo confundido em fada.

E quando olhei, de verdade, entendi
Que o sorriso era mesmo encantador!
E o que falar do cabelo, véu que vi?!
É sim um anjo que curou toda a minha dor.

Só posso então, agradecido e enamorado,
Ofertar minha admiração e dependência,
Por aquela que encontrei quando, encantado,
achei eu, nova vida em minha carência.

3 comentários:

  1. Amei o poema, Pedro! Aliás, nunca li um poema teu que eu não tenha gostado!

    Beijinhos.

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  2. Com mais um pouco de tragédia nos pareceremos com Augusto dos Anjos.

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  3. Legal este poema,rapaz!
    Ainda mais que fala de um dos seres que eu gosto.
    Mais um poeta para este mundo sem cor.rsrsrs
    Visite depois lá o meu.

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