quinta-feira, 26 de maio de 2011

_espaço /1/2/

Confessa o poeta, dum tempo de tristeza
tempo à parte, onde ele em suspensão
vivia à margem de tudo, comia à mesa,
tristezas e golpes, estranh' amassado pão:
E ela não vê o mal que me faz
quando em frente de todos me rebaixa
joga no rosto de seu amado lembranças de trás
e na frente deles sou mais um quem ela marcha.

até quando não vais ver que estou ferido?
que me dói beber daquilo que você fala?
que no silêncio de nós dois eu sou querido,
mas aos olhos deles o seu amor se cala.

eu bem sei o peso que a palavra tem
afinal na letra eu também sei esculpir.
mexo em versos, encho universos, meu bem.
fecho-me em ira quando você só me quer pr'ouvir.
já não mais sei quais de mim estão expostos
seu lindo riso, antes comigo, agora é de mim;
em volta da mesa sou mais um no mar de rostos,
meu choro é só outro e você parece fazer não ter fim

[...]

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