sábado, 25 de dezembro de 2010

_se um mês

És a que me faz nadar em medo e pavor

Em todo o tempo em que o riso ameaça ir.

Mas é nas horas de seus gritos, brigas e dor

Que eu sei ser eu o que te faz, também, sorrir.

É de um mundo que não chamo mais de meu

E o meu canto é sempre e tanto à mesma voz:

''eis, vem vindo, que o amor, que esperei, aconteceu

Eu e tu se mesclam tanto que me visto de nós


Sim, eu temo, temo muito, temo o indício

De ver outros pés no caminho que traçamos:

Sonho você lá no meu fim, como no início

E o seu sim presente em mim, passados os anos.

Se o mês ou o mais passa e assim nem vejo

É porque tenho quem me separe do perigo,

É porque tenho quem leve consigo o meu desejo

De ver em rosto, além do meu, o próprio abrigo.


É como um ritmo sem regras, mão sem luva

Transe que vem sem que ao menos seja visto;

É como beber, em liberdades, d’água da chuva:

Te ter em mim é o final esperado e bem quisto.

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Obs: finalmente consegui comentar no seu blog

    \o/

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  3. Por favor, lance um livro. Um talento como seu precisa ser impregnado nas páginas literárias da velha escola.

    E ratificando Raquel, publique com mais frequência.

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  4. Gostei de como conduz. Bom escrito. Com mais tempo verei os outros e terei uma opinião mais completa. Mas por ora deixo meu apreço.

    Abs

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  5. Confirmo tudo o que disseram antes de mim.
    E deixo mais: Amei a sintonia das idéias que se produziram em mim.
    Mariana.

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  6. Mas, então encontrou o que tanto busca? (fazendo relação com "quem eu sou" do seu perfil)

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