sábado, 12 de junho de 2010

_paráfrase fraterna

É orgulho o que experimento toda vez em que vejo poetas de almas ancestrais nos tempos de agora. A despeito do caos que tudo isto virou, estas almas ainda amam como há milênios se amou, ainda idealizam como idealizaram de Azevedo, Alphonsus e Machado. Dado a este fato, apresento o poema de um poeta travestido de amigo.


"Vi eu a musa de meus devaneios.
Quis me esconder, disfarçar, e apaixonei-me. Ah
vil sina! Suceder o que não se imagina, até perder
(mesmo o que não se chegou a ter).

Esses beijos fortuitos que não eram meus,
este seu calor de mulher-menina que me furta os sentidos!
Qual poeta medieval que anseia por sua senhora
assim eu ainda devoto-lhe meu desejo
puro, casto.

Por mais que pesar haja em não ter-lha
no afago de meus braços.

És quem não cesso de querer..."

André, o Marques

Um comentário:

  1. Caro, poeta, amigo! Gozamos dos mesmos deleitosos gostos pelas letras e poesias. Ah se a humanidade se enveredasse por esses vieses dos incautos apaixonados por tudo isto... Digo-lhe que indubitavelmente este mundo seria bem mais aprazível. Como outrora se parava para cantar os versos, hoje também deveríamos ter esse dileto ato de encantamento! Um poeta reconhece a poesia no outro!
    És poeta...
    Grande abraço!
    André Marques

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