Que eu vejo o meu eu desaparecer:
Entendo a arte mais antiga do mundo
Milênios de copos, de cachaças, de beber.
Ergo a voz em plena taberna e berro
‘’amigos, nem tudo que reluz é ouro,
Como é certo que a gente n’é de ferro,
E que nem tudo que tem chifre é touro!”
Pedra dura e água mole tanto batem
Que é visão boa só pra quem gosta,
Bem como os cães que não mordem e só latem;
Em rio de piranhas, jacaré nada de costa!
A bebida age, tem as rédeas e vou ao banheiro
Nas paredes do antro eu vejo placas e escritos
Sobre o espelho, há escrito um verso inteiro
Paro p’ra ler e saio dali rindo aos gritos.
Dizia a inscrição mui bem bolada
Sob um aviso ‘’Favor deffecar na latrina’’
Em relação à letra ‘f’ duplicada
E eu bem ri como quem ri de sua sina
Eis o aviso:
“Quero saber o mequetrefe
que escreveu tal maravilha
Pois quem caga com dois éfes,
limpa o #$ com CE cedilha’’
E eu bem ri e a todos fui contando
Desesperado, como se o pai da forca fosse tirar
Todo o bar ria conforme eu ia gritando
‘’é hoje, amigos, que a cobra vai fumar!”
Então eu, dando ‘bom dia’ com chapéu alheio
Resolvi que meus amigos precisavam beber
Não tinha dinheiro sob minha posse, não havia meio.
Não tendo cão, com o gato deve-se proceder!