sábado, 2 de outubro de 2010

_bordéis

Este é um grito mudo e calado

Àquelas todas em quem eu me perdi.

Confissão de um afeto, assim, velado

Eis que desisto dos amores que ergui.


Não é que não as tenha amado

Tampouco que amor não recebi.

Mas cada riso vivido e abraço dado

Hoje é em vão que soa no ouvir.


Perdi o jeito, o tempo, ou a rima

É com poetas que este sono ocorre.

Gritos de antes, tão belos lá de cima

Não mais ouço, pouco ligo se a alma morre.

O que fui em cada uma quero longe

Os ‘eus’ plurais que descobri, fiquem com elas

Tranquei-me em mim, com a cura d’um monge

Prefiro as vidas alimentadas dentro das celas.


E não me venham cobrar que eu volte a ser

Todo de risos, pois hoje nado em lago medonho;

O sonhador que aqui havia eu vi morrer

Em cada abraço e cada amor vivido em sonho.

3 comentários:

  1. "O que fui em cada uma quero longe

    Os ‘eus’ plurais que descobri, fiquem com elas

    Tranquei-me em mim, com a cura d’um monge

    Prefiro as vidas alimentadas dentro das celas"

    Essa parte ficou genial.

    Vc já pensou em publicar?

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  2. Se já pensei em publicar? É o que mais quero! Falta-me saber todo o processo rsrs

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  3. é necessário registrar primeiro. estou para regristrar os meus. quer que te fale dos processos?

    abraços

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