Meu interior se agita.
E, nesse encanto, me confessa;
Que aquele que em mim habita
não se entende, e eu me esvaio, peça a peça.
À noite entrego meu grito
E só ela me ouve realmente.
Imperfeito? Sou esse ser, admito;
Mas imperfeito é ser perfeito na minha mente.
Então, assopro a vela oscilante;
E faço valer toda sua chama.
Queimo no brando fogo a todo instante.
E ouço meu nome, que esse mesmo fogo clama.
Busco as, sem nome, estradas;
E me perco na mui vasta imensidão,
De cada abraço e das muitas mãos geladas,
Dos que não vejo e nem sei dizer quem são.
São poucos os momentos de lucidez
Quando as vozes se me vão numa levada.
Também é parco o que tenho vez em vez:
Aquela horrível sensação d’alma calada.
Reviro os olhos tentando achar o chão:
Sei que os pés tocam solo nunca visto
Mas a procura soa como se em vão,
Já que nada vejo, quanto mais ver eu insisto.
Tudo silencia, derretem as paredes:
Há outro quarto e mais outro por detrás.
Um mundo abraça o outro pelas redes,
liberdade é sonho que passa, delírio fugaz.
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