Quero ser eu, mas como!?
Se nenhum dos que vejo são ‘eus’
Capazes de ser aquele a quem somo
Quando me riem, ou choram, ou me dizem adeus.
Quero o choro convertido em riso
Ser amado sendo exatamente quem
Eu sou quando quero e preciso
De mais goles de meu eu e meu ninguém.
Não me querem como sou ou não
Aceitam o pobre que posso ser;
Mas se eu fosse o tolo rico em paixão
Talvez em máscaras eu pudesse me ver.
Queria vê-los como eu, em épocas de antes
Saber seus atos que hoje, por igual, censuram
No prisma em que vivo, e ver seus semblantes
Em males antigos, que hoje pensam que curam.
Mas os mesmos males meus são marcos
De mentiras medindo a mente que mora em mim;
Monstros e medo, mistérios que miram arcos,
Metros e milhas, moinhos mortos no fim.