Às vezes minto, às vezes manto
Há vezes em que sinto e tanto
É o preço do porvir e do viver
Que sei o que é cair sem ter você
Acordo em mim a cor do pesar
Sei bem eu a tensão e a atenção
De te ter à mente, felizmente no coração
Te ter de cor, decorando meu ver e falar.
Peço se posso te ter enquanto quiser
És a peça e nessa nossa atuação
A tua ação, bem como a minha, mulher
É nua de tons, é tua de sons, plural de paixão.
Sou o palhaço em cujo rosto há piadas
E meu olhar esconde o choro do não ver;
Enquanto houver teus pés em minhas calçadas
Haverá risos e rimas bobas a escrever.
Quero a metade, a cor da tarde com sua voz
Quero os verbos em uma pessoa conjugados:
Eu não sonho, tu não sonhas, sonhamos nós!
E os nossos nós são fios d’ouro, estrelaçados.